Tempo, tempero da vida, alguns conseguem utilizar mais dele, tornando a vida mais saborosa, outros por ventura não tem essa mesma sorte e pegam o frasco do tempo incompleto, sem falar daqueles que ao abrirem, fazem uma fissura muito grande e não vêem que ele se esvai rapidamente.
O tempo sempre foi e sempre será precioso, um manjar. Os que tem causam inveja nos que não o tem, os que não o tem se privam mais ainda dele pensando em conseguir mais, é engraçado esse pensamento, ficar sem tempo para viver em busca de tempo para viver, e quando o tempo reduz a sua marcha, ai se percebe que se perdeu muito tempo procurando tempo pra viver, e nos arrependemos de não ter vivido o tempo que a vida nos deu pra viver.
Queria que o tempo parasse, e que essa lembrança que eu tenho de ti jamais se perdesse, sei que enquanto eu respirar vou lembrar de você, ma s só enquanto eu respirar. Não quero para de respirar, não quero parar de viver, não quero morrer. Tenho medo pra falar a verdade, o maior medo do mundo, duvido que exista um medo pior que esse.
Não tenho escapatória, é impossível, como diz o ditado “só não se da jeito na morte” e com esse dilema eu vivo. não sei porque cheguei a esse pensamento, nos últimos tempos isso tem rodado muito em minha mente, espero que seja só pensamentos :D.
Segue uma musica do meu ídolo Raul Seixas, bom não vou comentar essa musica, ela mesmo falará.
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Musica: CANTO PARA MINHA MORTE
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